Tres Meses! (parte 6 de ...?)
Quarenta minutos depois do horario em que o nosso trem deveria partir, o trem que deveria sair antes dele CHEGOU na estacao! Esse era um trem mais rapido e caro, com menos paradas, mas tambem indo para Amsterdam... Eu sabia que nao podia pegar aquele trem com a minha passagem, mas fui tentar falar com o fiscal, saber o por que do atraso dos trens (porque ninguem explicava absolutamente nada na estacao!), mas o fiscal me ignorou completamente e nem olhou pra mim enquanto apressava os passageiros para entrar no trem. Eu, correndo atras dele, cutucando e quase a ponto de xingar o cara, quando ele entra no trem e, um instante antes da porta fechar, faz sinal para eu entrar...
Meio hesitante, eu entro no trem (nao tive nem tempo de dizer tchau para a escocesa!) e a porta se fecha atras de mim. Eu me sento num banco na passagem entre os vagoes, com mais tres pessoas que tinham passagens para o outro trem: um casal de ingleses, ja idosos, com pressa porque iam pegar um voo para a Argentina em Amsterdam, e um russo. Os tres ja viajaram bastante pelo mundo, e foi muito legal conversar com eles durante a viagem. O fiscal explicou que um cabo eletrico (os trens do Benelux funcionam com cabo eletrico) tinha arrebentado; por isso o atraso. Ele foi muito simpatico, ate contou resumidamente a historia da Holanda para nos.
No mesmo trem havia uma mulher inglesa que trabalhava na televisao; ela havia feito um documentario sobre a sexualidade entre jovens muculmanos na Holanda (que fez muito sucesso, segundo ela). Ela estava muito estressada porque o chefe dela nao queria acreditar que o trem estava atrasado e estava brigando com ela pelo telefone (!); ele so se acalmou quando o fiscal (!) falou com ele e disse para olhar na pagina da internet.
Enfim... em Amsterdam estava frio... Eu cheguei as vesperas da Festa da Rainha, ou Orange Party, que segundo o australiano dono do pub/albergue em que eu fiquei na Antuerpia e "a melhor epoca do ano para se estar em Amsterdam". Hum... Ja no dia em que eu cheguei, quando estava andando por perto do albergue, jogaram uma bexiga d'agua na minha cabeca - nao estourou na minha cabeca, para a minha sorte (estava frio), estourou quando caiu no chao, mas doeu... Na festa em si, os holandeses se vestem de laranja, como sinal de apoio a monarquia (na pratica, a maioria dos "laranjas" eram turistas...) e ha musica ao vivo por toda a cidade, nas ruas e pracas. Essa parte eu achei legal. Mas ao longo da tarde as ruas foram ficando tao apinhadas de gente que nao dava pra andar, eu voltei para o albergue para me refugiar por algumas horas. Acabei ficando amiga de uma senhora inglesa muito simpatica, que tinha visitado a Holanda em 1952, se hospedado em albergues e tudo o mais, e agora estava visitando outra vez, mas tinha sido pega de surpresa pela Festa Laranja.
Quando sai outra vez, no final da tarde, as ruas e canais estavam imundos, uma nojeira! Nao fiquei com uma impressao muito boa da festa, nao... Mas gostei muito do museu Van Gogh e de visitar a Casa de Anne Frank (triste, mas tem que visitar!), e a cidade em si e muito bonita... So achei que nao combinou muito bem comigo!
Tambem fiz viagens de um dia de Amsterdam ate Haia (estava chovendo sem parar... Mas foi muito legal porque, quando estava em uma loja, comecou a tocar a musica Mensagem de Amor, gravada pelo meu priminho Lucas Santtana!!!) e ate o parque Keukenhof (que se anuncia como o parque primaveril mais bonito do mundo... talvez seja mesmo). Na verdade, eu estava sonhando com campos de tulipas de meio metro de altura a perder de vista. Ate considerei pegar um trem ate Haarlen, alugar uma bicicleta e pedalar 30 kilometros ate Leiden, pois e entre essas duas cidades que estao os maiores campos de tulipas. Mas acabei me contentando com o parque, mesmo...
De Amsterdam, voltei para a Alemanha. Desta vez, peguei o trem ate Hamburgo. Eu tinha incluido Hamburgo no trajeto como caminho para ir a Dinamarca, mas enquanto estava na Holanda percebi que estava cansada do frio... (mal sabia eu que, em Junho, estaria tao gelado quanto agora!) Entao deixei a Dinamarca para uma proxima viagem.
A viagem de trem foi bem legal, com direito a tulipas (nao a perder de vista, mas...), ninhos de cisnes, coelhinhos, veadinhos... Estava muuuuuito quente em Hamburgo, ate me queimei de sol! Nos dois dias em que estive la, andei praticamente a cidade toda! Fui de um lado a outro a beira do rio (ate sai do mapa, para conhecer a "praia"), parei pra descansar nos parques (ate uma aranha comecar a descer pelo meu cabelo! Aargh, tenho arrepios so de lembrar!), vi um monte de esquilos... Foi muito gostoso!
De la fui para Berlim, onde fiquei hospedada na casa da Maristela, uma amiga de um primo, muuuito simpatica, uma brasileira casada com um alemao com dois filhos pequenos (confesso que, quando o mais velho falou "estamos no quinthal" um dia, tive um flashback desagradavel das aulas de bioquimica!) Foi muito bom ficar em uma casa, com outro ritmo... Nao queria ir embora!
Em Berlim usei bastante o transporte publico. Mas tambem andei bastante, claro... Nao visitei muitos museus, embora haja varios na cidade; estou bastante exigente com relacao a museus depois de quatro meses viajando. Vou ter que voltar a Berlim outra vez para ver a Nefertiti! Mas visitei o famoso Zoologico, vi um panda (dormindo), gorilas, chimpanzes, orangotangos... (hehehe) Visitei tambem o Checkpoint Charley, sobre a historia do Muro de Berlim, interessante. Passei diversas vezes pela Potsdammer Platz (era onde eu pegava o S-Bahn para ir pra "casa"), uma area que antes da derrubada do Muro era "terra de ninguem", e hoje esta cheia de predios modernos, cinemas, teatros, cinemas 3-D, shoppings... Tambem fiz uma visita rapida a cidade de Potsdam, para ver o castelo Sanssouci.
Acordei bem cedo no meu ultimo dia la, para pegar o trem para a Polonia... Ate esqueci de devolver o mapa da cidade que a Maristela me emprestou.
(fim da parte 6)


4 Comments:
Viajando e fazendo amigos. De todas as idades, de todas as línguas, de todas as culturas. É muito rico. Bexigas cheias de água caindo na cabeça é sinal de sorte (quando não estouram, claro). E ouvir Lucas Santana cantando a boa música brasileira em plena tarde (ou manhã?) em uma rua de Haia é de emocionar até nós, que estamos aqui. Um beijo e saudades de Gáu
Pois é, Gáu falou e disse. Nada como abrir os horizontes... ainda mais quando a gente pode fazer isso na prática, como você está fazendo. Grande beijo e muitas saudades, Yves.
Oi Má!
Tulipas!!! XD
*passou o sábado inteiro na bio* x.x odeio vasculares! huahauahaua
aiai, to cansada... e sem nada pra contar...
Saudades da maninha!
Beijos!
Olá!!! Tudo bem contigo?
Não acredito q vc não foi conhecer a terra do meu amado Hamlet!
Adorei a parte do flashback e Bioquímica! Vc não pediu para ele falar grupo acil?
E bonito, hein? Roubando o mapa dos outros... rsrs
Bem, tenho q ir terminar esse maldito trabalho de Bostulares!!!!
Aliás, nos vemos em Vasculares ano q vem, hein?
Bjões
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