Tres Meses! (parte 1 de ...?)
Seguinte... Como eu tenho muitas coisas para contar, vou publicar em duas partes (ou tres ou quatro ou...), mesmo porque esta ficando tao longo que ninguem ia ter saco de ler. Lembrem-se de que esta primeira parte aconteceu ha um mes atras!
No momento eu estou em Bruxelas, Belgica. Como cenas dos proximos capitulos: eu vi neve (de verdade)!!!
Bom, no dia seguinte ao meu ultimo post, fui visitar Siena. A cidade é muito linda, no alto de um morro e cercada por muralhas, mas infelizmente nao pude ver as principais atraçoes... A Catedral (que tem uma fachada muito linda, eu tinha visto fotos) estava em reformas e toda coberta. A praça principal (perdoem-me mas esqueci o nome; é onde ocorrem as principais festas populares, inclusive uma corrida de cavalos em setembro) estava lotada de gente por causa do carnaval (era terça-feira gorda!), um palco estava montado na frente da fonte, nem dava pra ve-la, e o palacio estava fechado para visitas porque era de la que saiam os musicos da banda que saiu tocando pela praça e uns artistas fantasiados... Eu visitei apenas o Hospital (nome de alguma santa), que atualmente nao funciona mais como hospital, mas abriga um museu de arqueologia (é mais interessante andar pelos subterraneos do hospital do que ver a exposiçao em si) e exposiçoes temporarias.
No dia seguinte parti para Perugia. Planejava ficar apenas uma noite e partir no dia seguinte, mas a cidade é muito linda (toda em montanhas; fora do centro é muito arborizada e na parte historica é toda de pedra e com uma vista fantastica!) e resolvi ficar duas noites. O caminho da estaçao ao centro é um zigue-zague morro acima, fiz a pé de tarde mas à noite, levando a mochila para o albergue (tinha deixado na estaçao porque o albergue fecha a tarde), tive que pegar um onibus. O albergue é bem no centro da cidade.
No dia seguinte caminhei um pouco pela manha, mas estava chuvoso (nao conheci Perugia com sol...) e frio. De tarde peguei um trem fui conhecer Assis, ali pertinho. Sai da estaçao, estava um sol gostoso, fui caminhando até a cidade (porque a estaçao fica fora da cidade, e meio longinho...). O caminho até Assis é por uma calçada cheia de tijolinhos com nomes de pessoas, tipo "Ana Russo, Roma". Uns 3 quilometros cobertos desses tijolos! A maioria era da Italia, os unicos que vi de fora foram uma Mary de Washington, um de Ohio, um de Massachussets e um de Tokio, além do original "To All Childless Cumples, Canada".
Assis é uma gracinha, toda de pedra em cima do morro. Quando estava chegando la começou a chover, mas logo o sol voltou (embora a chuva ainda demorasse um pouco para ir embora). Caminhei um pouco sem rumo, me sentindo a unica pessoa na cidade, até chegar numa grande praça cheia de crianças de um grupo escolar e alguns casais de turistas. Entao rumei para a Basilica de Sao Francisco, onde estao tumulo do santo. Foi emoconante, mesmo para mim que nao sou crista!
Depois peguei o trem para voltar pra Perugia. O trem atrasou um bocado e comecou a esfriar bastante e a chover, fiquei esperando dentro do cafe da estacao que era o unico lugar aquecido. Quando cheguei em Perugia estava muito gelado e chovendo forte, comecei a caminhar em direcao a estacao mas poucos metros depois desisti e voltei para pegar o onibus. Era um onibus diferente do que tinha pego no dia anterior, mas ia para o mesmo lugar... A maquininha de validar o bilhete era diferente, mas acendeu uma luzinha verde quando eu coloquei o meu entao, tudo bem. Eu estava com um pouco de pressa porque queria ver um festival de rock feminino que tinha visto que ia ter, e queria passar no albergue para pegar outro casaco antes.
Enquanto eu estava tremendo de frio no onibus, sentindo inveja pela primeira vez das pessoas com casacoes compridos e fofinhos, comecaram a cair uns pingos de chuva diferentes, pareciam mais grossos mas caiam mais devagar... Era neve! Ou quase... De qualquer forma, fiquei toda animada dentro do onibus, torcendo para que nevasse de verdade - o que nao aconteceu: os pingos estranhos nao duraram nem dois minutos, so o tempo de me distrair e fazer perder o ponto em que eu teria que descer!
Claro que eu nao percebi na hora... Simplesmente comecei a achar que o onibus estava fazendo um caminho muito estranho. So quando o onibus SAIU DA CIDADE foi que eu comecei a entrar em panico! Fui conversar com o motorista, expliquei que queria descer na Praca Italia, e ele deu a entender que o melhor a fazer seria ir ate o ponto final e pegar outro onibus de volta. A opcao era ficar esperando a noite na estrada naquele frio congelante.
Bom, fui ate o ponto final, numa terceira cidade. Nao era tao longe assim, levou uma meia hora. Quando eu entrei no outro onibus, acho que um sexto sentido me fez olhar para a maquina de validar e pensar, sera que e melhor validar outro ticket? (eu tinha comprado dois, um para aquela hora e outro para quando fosse embora no dia seguinte), mas como o bilhete vale para uma hora e nao tinha passado uma hora ainda, guardei o outro para o outro dia.
Voces podem imaginar a minha raiva quando o onibus passou outra vez em frente a estacao?
Quase chegando no ponto em que eu deveria descer, entra um fiscal. Nao, nao sao uma lenda urbana; eles existem mesmo. Era o primeiro fiscal que eu via em onibus ou metro - e, ate agora, o unico. Com toda a tranquilidade possivel no meu estado, entreguei o bilhete para ele. Ele olhou, olhou (eu comeco a me preocupar, mas nao era possivel que ja tivesse passado uma hora) e, finalmente, disse: "Nao esta validado."
Eu gelei. Como assim?!? Com meu italiano macarronico tento argumentar: "ma... comme... io... la machina..." Mas nao houve jeito, tive que pagar 30 EUROS de multa! E, como se nao bastasse, ficar esperando o fiscal preencher uns papeis, enquanto o meu ponto se aproximava e eu comecava a entrar em panico com a ideia de perder o ponto de novo. Acho que eu tinha colocado o bilhete ao contrario ou algo assim...
Depois fui direto para o show, xingando a maquina, o fiscal e a mim mesma. Mas o show foi bem legal, bandas de varios paises, destaque para uma banda italiana cujo nome acho que era Revoltelles, mas posso estar confundindo com o nome de outra banda italiana...


5 Comments:
Má,
Q saudade!!!!
Eu tô aqui morrendo de inveja por vc ter visto neve... E morr~endo de felicidade por vc ter dado sinais de vida!!! Tava pensando até em entrar em contato com o consulado para saber se ele tinha notícias suas... rsrsrs
Depois te escrevo mais pq tenho q estudar Vasculares agora (prova).
Milhões de bjos!
Mariana!
Viu só, como prometido... ^^
Puta merda... Vc pegou justo um fiscal qdo vc pensou em não validar o ticket? vai ser cagada assim na puta que pariu! huahauhauahauahua Me lembrou aquela piada famosa sobre Brasileiros num expresso na europa... se não conhecer, eu te mando por email...
Beijos! E manda neve pelo correio pra mim!!!
Legal que você voltou a escrever. A gente gosta do que você escreve -e de como escreve! Grande beijo! Gáu e Yves.
Carla, nem foi de propósito!!!
Eu achava que tinha validado o passe!!!
Querida,
Há quanto tempo sem seus relatos! Todos estavam sentindo falta. Não demore muito para escrever as partes 2 e 3, e o que ainda falta da viagem até chegar à Bélgica, onde você está.
Lucas também achou Perúgia linda e, como você, emocionou-se em Assis. Nós, quando estivemos em Roma, era mês de abril e às vezes chovia, às vezes estava um céu azul, e achei que a cidade tinha um colorido bonito com as suas casas ocres.
Já que você está na Bélgica, não vou esperar você escrever sobre esse país para lhe enviar alguns versos do compositor Jacques Brel, belga, falando do seu país, que ele chama de "Le plat pays" (é o nome de canção e vão alguns versos esparsos:
"Avec des cathédrales pour uniques montagnes
Et de noirs clochers comme mâts de cocagne...
...
Avec un ciel si bas qu´un canard s´est perdu
Avec un ciel si bas qu´il fait l´humilité
Avec un ciel si gris qu´un canard s´est pendu
Avec un ciel si gris qu´il faut lui pardonner
Avec le vent du nord qui vient s´écarteler
Avec le vent du nord écoutez-le craquer
Le plat pays qui est le mien..."
Muitas saudades. Um beijo de Gáu e do bicão Yves
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