Todos os comboios levam a Lisboa...

Ainda nova nesse negócio de blog... estou tentando entender por que a página fica de tamanhos diferentes em computadores diferentes (em relação à tela e mesmo à imagem do alto...) Bom, se vocês estão aqui, devem estar curiosos para saber o que eu ando fazendo... Estou escrevendo do albergue, em Lisboa. Fica bem em frente à estação do metrô. Cheguei aqui voando no sábado (dia 21), umas 6hs da manhã. Assisti ao meu primeiro nascer do sol enquanto esperava o ônibus que me deixou, de graça, a meio quarteirão do albergue (tirei foto do nascer do sol, mas infelizmente não dá pra colocar fotos, pelo menos não deste computador). Deixei as coisas no albergue e fui andar pela cidade (já que o check-in é só às 18hs).

ATUALIZACAO!!! Clique aqui para ver a foto do meu primeiro nascer do sol!

A cidade é linda! A região central (Baixa/Chiado/Alfama) é cheia de ladeiras, com calçadas estreitas, becos e roupas penduradas embaixo das janelas. À tarde fui ao Castelo de São Jorge, que tem uma vista incrível da cidade. Comprei um chaveiro com um burrinho de pelúcia, meu novo companheiro de viagem (quando der ponho uma foto dele!) Depois resolvi voltar. Meus pés estavam doendo e eu decidi que só desceria, não subiria mais ladeiras. Caminhando assim (sem a menor noção de onde estava) cheguei na Sé de Lisboa, que é linda, toda de pedra, misturando vários estilos - romântico, gótico, barroco... Para não falar das escavações nos claustros, que estão revelando vestígios de ocupação romana, moura, medieval...

ATUALIZACAO!!! Clique aqui para ver a foto do burrinho Pessoa no Castelo de Sao Jorge em meio aos burrinhos de verdade!

Me chama a atenção a quantidade de idosos que se vê na cidade, andando nas ruas e nos transportes públicos.

No domingo visitei o Mosteiro dos Jerônimos, enorme e impressionante, onde encontrei, inesperadamente, o túmulo de Fernando Pessoa. Foi emocionante, gosto muito da obra dele. Resolvi apelidar o burrinho de Pessoa (homenageando o Poeta; ele é português, e acho engraçadinho um burrinho chamado Pessoa...) Visitei depois a Torre de Belém (imaginava que fosse maior), o Centro Cultural e o Museu da Marinha. E comi pastéis de Belém! Tudo isso fica em Belém, bem pertinho uma coisa da outra, do lado de uma praça à beira do Tejo.

ATUALIZACAO!!! Clique aqui para ver a foto do tumulo de Pessoa (o poeta)!

ATUALIZACAO!!! Clique aqui para ver a foto da Torre de Belem!

Ontem visitei o Parque das Nações, com construções grandes e modernas e um calçadão à beira do rio, do lado das docas. A vista é incrível, pena que o teleférico não estava funcionando...

ATUALIZACAO!!! Clique aqui para ver a foto da vista do rio Tejo (bem, parte dela) do Parque das Nacoes!

É lá que fica o Oceanário. Fiquei horas lá dentro! Pode parecer coisa de bióloga, mas se você vier a Lisboa NÃO PERCA!

Hoje passei o dia em Sintra, uma cidadezinha próxima, linda linda... Parece um pouco uma cidade fantasma - talvez o "calor" de oito graus tenha algo a ver com isso (quase ninguém pela rua...), mas as casas são antigas e meio mal cuidadas, e tudo (muros, postes, árvores, telhados, calçadas) está coberto de limo. Demorei para chegar, pois a estação de trem (comboio) estava fechada e eu tive que ir para a outra, depois de já ter demorado para achar aquela... Comi em Sintra o melhor bolinho de bacalhau da minha vida, e um doce típico ma-ra-vi-lho-so: 'travesseiro de Sintra'. Depois subi o morro por duas horas para ver o Castelo dos Mouros e o Palácio de Pena (valeu a pena!) Para descer há um atalho (só pra descer!), mas eu me perdi em algum momento e fiu parar no meio da estrada! Quando consegui voltar ao centro da cidade, só queria saber de achar a estação e voltar para Lisboa - abandonei totalmente meus planos de comer outro travesseiro.

Tive que sair perguntando na estação se aquele trem ia para Lisboa. Só quando embarquei vi que todos os trens daquela estação passavam por Lisboa (uma variação do ditado "todos os caminhos levam a Roma": "todos os comboios levam a Lisboa"). Isso porque, como bons portugueses, só colocaram o trajeto dos trens dentro dos mesmos, e não na estação; você só sabe o trajeto que o trem vai fazer quando já está nele!

Amanhã devo dizer adeus à cidade das gaivotas (Lisboa está cheia delas) e pegar o comboio para Coimbra - com mochilão, mochilinha e sacola...

Despeço-me com um poema de Fernando Pessoa:

"Para viajar, basta existir.

Vou de dia para dia, como de estação para

estação, no comboio do meu corpo ou do meu destino,

debruçado sobre as ruas e praças,

sobre os gestos e os rostos, sempre iguais e sempre

diferentes como, afinal, as paisagens são.

A vida é o que fazemos dela.

As viagens são os viajantes.

O que vemos, não é o que vemos, senão o que somos."

Um beijo a todos!