26.4.06

Três Meses! (parte 2 de ...?)

Este post vai ser bastante resumido. Estou tentando aproveitar a internet barata que consegui encontrar, mas todas as teclas - letras, números, pontuação - estão em posições diferentes! Estou levando um tempão para escrever! (mas estou feliz por ter acentos outra vez)

Bom, de Perúgia eu fui para Roma.

No meu primeiro dia (um dia depois que eu cheguei) estava um sol gostoso... Eu vi o Coliseu (me decepcionou um pouco; o de Verona está melhor conservado), o Fórum Romano (bem mais legal - uma série de ruínas...), o Monte Palatino (onde Roma teria começado), a Piazza Espagna (com as escadas totalmente ocupadas por turistas e locais) e seus arredores com lojas caras. Visitei o Museu Keats-Shelley, ainda na Piazza Espagna - casa onde o poeta inglês John Keats morreu, hoje transformada em um museu sobre ele e os poetas românticos ingleses em geral (parece que só vai inglês lá).

À noite, numa igreja ali perto, assisti à ópera La Traviata. Foi bem legal, embora eu tenha sentado no fundão e não desse pra ver quase nada; só do meio pro fim eu me levantei e fiquei assistindo em pé - porque eu sabia que ela estaria no leito de morte e imaginei que aí sim eu não veria nada, com ela deitada...

Quando acabou, tive que ir andando até o albergue, pois o metrô já estava fechado. Mas foi bom, nem era tão longe assim. Aliás, não gostei do albergue em que fiquei; tinha que subir três andares de escada e acordava às sete da manhã com o barulho da reforma que estavam fazendo, entre outras reclamações que eu poderia fazer... Ah, Roma é cheia de McDonald's! Só no trajeto Piazza Espagna - albergue (que era do lado da estação) tinha três, sem contar um dentro da estação e outro em frente à mesma, do outro lado!

Visitei também o mercado Porta Portese, onde se vende de tudo (roupas, sapatos, comida, antiguidades/velharias, flores...) Me perdi bastante quando saí do mercado, que é enorme, mas foi legal porque vi uma parte de Roma que não teria visto. Depois caminhei bastante sem rumo, visitei o Panthéon, a Piazza Navona e a igreja de Santa Maria in Cosmedin, onde fica a Boca della Verita (aquela cara de pedra que dizem que come a sua mão se você disser uma mentira com esta dentro da boca dela). Tinha uma fila enorme, quase toda de japoneses, para tirar uma foto com a mão dentro da tal boca... (sim, eu também fiquei na fila para fazer isso).

Ah, também fui ao cinema. Estava louca para ver Syriana, mas é muito difícil achar filmes não dublados na Itália. Enquanto esperava a hora da sessão, passeei pela Piazza del Popolo/ e o Monte Píncio, também perto da Piazza Espagna, onde há um parque bonito e uma bela vista.

No outro dia fui ao Vaticano, vi a Piazza San Pietro, os Museus com a Capela Sistina, a Basílica... Só não vi o Papa (nem queria ver). Depois fui jogar uma moedinha na Fontana de Trevi (que tentação! Todas aquelas moedinhas brilhando lá no fundo...)

E no meu último dia em Roma, visitei a parte moderna (de arquitetura fascista), a Esposizione Universale di Roma. Grandes espaços abertos, grama verdinha, prédios monumentais em estilo clássico ou quadrtadões (inclusive um "coliseu quadrado", que não parecia o cColiseu - talvez justamente por ser quadrado...) O vento neste e nos dias anteriores estava tão forte que parecia estar te empurrando, insuportável e gelaaado!

De Roma, peguei o trem para Nápoli. No dia em que cheguei lá estava fazendo sol outra vez, caminhei bastante pela cidade e à beira-mar, visitei o Castelo-Ovo (sim, o castelo tem esse nome; há várias teorias para explicar o motivo...) No dia seguinte e até eu ir embora, choveu sem parar.

Eu queria ir a Pompéia e ao Vesúvio, mas não dá para ir ao Vesúvio com chuva. Então eu passei o segundo dia caminhando pela cidade, sob a chuva, torcendo para ter mais sorte no dia seguinte. Conheci um brasileiro no albergue que tambem estava torcendo para o sol chegar, pois queria conhecer a Costa Amalfitana.

O albergue em que fiquei em Nápoli era maravilhoso, o melhor até agora. Você se sentia realmente em casa, tinha uma sala comum com televisão e um monte de DVDs, e com a chuva todo mundo ficava sentado lá à noite assistindo filmes e conversando... E os banheiros e chuveiros eram muito bons também! O nome era Hostel of the Sun, caso alguem esteja pensando em ir pra lá...

No terceiro dia fui para Pompéia, com chuva mesmo (que remedio?). O brasileiro do albergue se convidou para ir comigo, ja que ver a Costa Amalfitana com chuva não dá, né? Foi bem legal, e estranho andar pela cidade vendo as casas, ruas, calcadas, e pensar que tudo aquilo tinha dois mil anos... E foi bom ter companhia para esperar o ônibus para voltar na chuva, ele demorou uma hora para chegar!

Ah, tudo o que vocês ouviram sobre o trânsito de Nápole é verdade, e é só o começo! Era a coisa mais louca que eu já vi, carros virando para todos os lados nos cruzamentos, parando em fila dupla (ou tripla), em cima das calçadas, nas curvas... Os pedestres precisam ter um certo impulso suicida para atravessar a rua - sinais de trânsito, quando existem, são só uma sugestão, mas os carros milagrosamente páram quando você se joga na frente deles, você nem aredita!

De Nápoli fui para Brindisi, do outro lado do país, de onde saem os ferries para a Grécia (e de onde saíam os barcos com os cavaleiros cruzados na Idade Média). Em dado momento, vi neve de verdade caindo, cobrindo o chão, as árvores, os carros... A coisa mais linda do mundo! Fiquei torcendo para o trem parar para eu poder, pelo menos, colocar a mão para fora e pegar uns floquinhos, mas ele não parou e logo a neve foi substituída por chuva outra vez.

Bom, em Brindisi não vi muita coisa. O dono do albergue era um senhor muito simpático, que ofereceu cerveja de graça quando eu cheguei, e mais tarde (depois que os outros hóspedes tinham ido dormir) abriu uma garrafa de champanhe para comemorar o aniversário da minha companheira de quarto. Ele também me ofereceu jantar (sanduíche) sem cobrar nada, e me deu carona até o porto no dia seginte, explicou onde comprar a passagem e tudo o mais.

E, assim, eu peguei um ferry rumo à Grécia; 15 horas de viagem pela frente!

(Fim da parte 2)

PS- Não era dessa neve que eu estava falando no post anterior!!!

20.4.06

Tres Meses! (parte 1 de ...?)

Oi, gente! Comemorando o aniversario de 3 meses da minha viagem, estou finalmente etualizando isto aqui!!! Desculpem a demora para postar, justo quando prometi que ia escrever logo... Eu tava com o post quase pronto quando acabou o meu tempo e o computador me "deslogou" sem avisar, e eu nao tinha salvo o que tinha escrito... Depois fui para um cybercafe com um preco mais decente, mas comecei a passar mal de calor (normalmente salas de informatica sao geladas!) e desisti... E agora tem cada vez mais coisas para escrever!

Seguinte... Como eu tenho muitas coisas para contar, vou publicar em duas partes (ou tres ou quatro ou...), mesmo porque esta ficando tao longo que ninguem ia ter saco de ler. Lembrem-se de que esta primeira parte aconteceu ha um mes atras!

No momento eu estou em Bruxelas, Belgica. Como cenas dos proximos capitulos: eu vi neve (de verdade)!!!

Bom, no dia seguinte ao meu ultimo post, fui visitar Siena. A cidade é muito linda, no alto de um morro e cercada por muralhas, mas infelizmente nao pude ver as principais atraçoes... A Catedral (que tem uma fachada muito linda, eu tinha visto fotos) estava em reformas e toda coberta. A praça principal (perdoem-me mas esqueci o nome; é onde ocorrem as principais festas populares, inclusive uma corrida de cavalos em setembro) estava lotada de gente por causa do carnaval (era terça-feira gorda!), um palco estava montado na frente da fonte, nem dava pra ve-la, e o palacio estava fechado para visitas porque era de la que saiam os musicos da banda que saiu tocando pela praça e uns artistas fantasiados... Eu visitei apenas o Hospital (nome de alguma santa), que atualmente nao funciona mais como hospital, mas abriga um museu de arqueologia (é mais interessante andar pelos subterraneos do hospital do que ver a exposiçao em si) e exposiçoes temporarias.

No dia seguinte parti para Perugia. Planejava ficar apenas uma noite e partir no dia seguinte, mas a cidade é muito linda (toda em montanhas; fora do centro é muito arborizada e na parte historica é toda de pedra e com uma vista fantastica!) e resolvi ficar duas noites. O caminho da estaçao ao centro é um zigue-zague morro acima, fiz a pé de tarde mas à noite, levando a mochila para o albergue (tinha deixado na estaçao porque o albergue fecha a tarde), tive que pegar um onibus. O albergue é bem no centro da cidade.

No dia seguinte caminhei um pouco pela manha, mas estava chuvoso (nao conheci Perugia com sol...) e frio. De tarde peguei um trem fui conhecer Assis, ali pertinho. Sai da estaçao, estava um sol gostoso, fui caminhando até a cidade (porque a estaçao fica fora da cidade, e meio longinho...). O caminho até Assis é por uma calçada cheia de tijolinhos com nomes de pessoas, tipo "Ana Russo, Roma". Uns 3 quilometros cobertos desses tijolos! A maioria era da Italia, os unicos que vi de fora foram uma Mary de Washington, um de Ohio, um de Massachussets e um de Tokio, além do original "To All Childless Cumples, Canada".

Assis é uma gracinha, toda de pedra em cima do morro. Quando estava chegando la começou a chover, mas logo o sol voltou (embora a chuva ainda demorasse um pouco para ir embora). Caminhei um pouco sem rumo, me sentindo a unica pessoa na cidade, até chegar numa grande praça cheia de crianças de um grupo escolar e alguns casais de turistas. Entao rumei para a Basilica de Sao Francisco, onde estao tumulo do santo. Foi emoconante, mesmo para mim que nao sou crista!

Depois peguei o trem para voltar pra Perugia. O trem atrasou um bocado e comecou a esfriar bastante e a chover, fiquei esperando dentro do cafe da estacao que era o unico lugar aquecido. Quando cheguei em Perugia estava muito gelado e chovendo forte, comecei a caminhar em direcao a estacao mas poucos metros depois desisti e voltei para pegar o onibus. Era um onibus diferente do que tinha pego no dia anterior, mas ia para o mesmo lugar... A maquininha de validar o bilhete era diferente, mas acendeu uma luzinha verde quando eu coloquei o meu entao, tudo bem. Eu estava com um pouco de pressa porque queria ver um festival de rock feminino que tinha visto que ia ter, e queria passar no albergue para pegar outro casaco antes.

Enquanto eu estava tremendo de frio no onibus, sentindo inveja pela primeira vez das pessoas com casacoes compridos e fofinhos, comecaram a cair uns pingos de chuva diferentes, pareciam mais grossos mas caiam mais devagar... Era neve! Ou quase... De qualquer forma, fiquei toda animada dentro do onibus, torcendo para que nevasse de verdade - o que nao aconteceu: os pingos estranhos nao duraram nem dois minutos, so o tempo de me distrair e fazer perder o ponto em que eu teria que descer!

Claro que eu nao percebi na hora... Simplesmente comecei a achar que o onibus estava fazendo um caminho muito estranho. So quando o onibus SAIU DA CIDADE foi que eu comecei a entrar em panico! Fui conversar com o motorista, expliquei que queria descer na Praca Italia, e ele deu a entender que o melhor a fazer seria ir ate o ponto final e pegar outro onibus de volta. A opcao era ficar esperando a noite na estrada naquele frio congelante.

Bom, fui ate o ponto final, numa terceira cidade. Nao era tao longe assim, levou uma meia hora. Quando eu entrei no outro onibus, acho que um sexto sentido me fez olhar para a maquina de validar e pensar, sera que e melhor validar outro ticket? (eu tinha comprado dois, um para aquela hora e outro para quando fosse embora no dia seguinte), mas como o bilhete vale para uma hora e nao tinha passado uma hora ainda, guardei o outro para o outro dia.

Voces podem imaginar a minha raiva quando o onibus passou outra vez em frente a estacao?

Quase chegando no ponto em que eu deveria descer, entra um fiscal. Nao, nao sao uma lenda urbana; eles existem mesmo. Era o primeiro fiscal que eu via em onibus ou metro - e, ate agora, o unico. Com toda a tranquilidade possivel no meu estado, entreguei o bilhete para ele. Ele olhou, olhou (eu comeco a me preocupar, mas nao era possivel que ja tivesse passado uma hora) e, finalmente, disse: "Nao esta validado."

Eu gelei. Como assim?!? Com meu italiano macarronico tento argumentar: "ma... comme... io... la machina..." Mas nao houve jeito, tive que pagar 30 EUROS de multa! E, como se nao bastasse, ficar esperando o fiscal preencher uns papeis, enquanto o meu ponto se aproximava e eu comecava a entrar em panico com a ideia de perder o ponto de novo. Acho que eu tinha colocado o bilhete ao contrario ou algo assim...

Depois fui direto para o show, xingando a maquina, o fiscal e a mim mesma. Mas o show foi bem legal, bandas de varios paises, destaque para uma banda italiana cujo nome acho que era Revoltelles, mas posso estar confundindo com o nome de outra banda italiana...