Três Meses! (parte 2 de ...?)
Bom, de Perúgia eu fui para Roma.
No meu primeiro dia (um dia depois que eu cheguei) estava um sol gostoso... Eu vi o Coliseu (me decepcionou um pouco; o de Verona está melhor conservado), o Fórum Romano (bem mais legal - uma série de ruínas...), o Monte Palatino (onde Roma teria começado), a Piazza Espagna (com as escadas totalmente ocupadas por turistas e locais) e seus arredores com lojas caras. Visitei o Museu Keats-Shelley, ainda na Piazza Espagna - casa onde o poeta inglês John Keats morreu, hoje transformada em um museu sobre ele e os poetas românticos ingleses em geral (parece que só vai inglês lá).
À noite, numa igreja ali perto, assisti à ópera La Traviata. Foi bem legal, embora eu tenha sentado no fundão e não desse pra ver quase nada; só do meio pro fim eu me levantei e fiquei assistindo em pé - porque eu sabia que ela estaria no leito de morte e imaginei que aí sim eu não veria nada, com ela deitada...
Quando acabou, tive que ir andando até o albergue, pois o metrô já estava fechado. Mas foi bom, nem era tão longe assim. Aliás, não gostei do albergue em que fiquei; tinha que subir três andares de escada e acordava às sete da manhã com o barulho da reforma que estavam fazendo, entre outras reclamações que eu poderia fazer... Ah, Roma é cheia de McDonald's! Só no trajeto Piazza Espagna - albergue (que era do lado da estação) tinha três, sem contar um dentro da estação e outro em frente à mesma, do outro lado!
Visitei também o mercado Porta Portese, onde se vende de tudo (roupas, sapatos, comida, antiguidades/velharias, flores...) Me perdi bastante quando saí do mercado, que é enorme, mas foi legal porque vi uma parte de Roma que não teria visto. Depois caminhei bastante sem rumo, visitei o Panthéon, a Piazza Navona e a igreja de Santa Maria in Cosmedin, onde fica a Boca della Verita (aquela cara de pedra que dizem que come a sua mão se você disser uma mentira com esta dentro da boca dela). Tinha uma fila enorme, quase toda de japoneses, para tirar uma foto com a mão dentro da tal boca... (sim, eu também fiquei na fila para fazer isso).
Ah, também fui ao cinema. Estava louca para ver Syriana, mas é muito difícil achar filmes não dublados na Itália. Enquanto esperava a hora da sessão, passeei pela Piazza del Popolo/ e o Monte Píncio, também perto da Piazza Espagna, onde há um parque bonito e uma bela vista.
No outro dia fui ao Vaticano, vi a Piazza San Pietro, os Museus com a Capela Sistina, a Basílica... Só não vi o Papa (nem queria ver). Depois fui jogar uma moedinha na Fontana de Trevi (que tentação! Todas aquelas moedinhas brilhando lá no fundo...)
E no meu último dia em Roma, visitei a parte moderna (de arquitetura fascista), a Esposizione Universale di Roma. Grandes espaços abertos, grama verdinha, prédios monumentais em estilo clássico ou quadrtadões (inclusive um "coliseu quadrado", que não parecia o cColiseu - talvez justamente por ser quadrado...) O vento neste e nos dias anteriores estava tão forte que parecia estar te empurrando, insuportável e gelaaado!
De Roma, peguei o trem para Nápoli. No dia em que cheguei lá estava fazendo sol outra vez, caminhei bastante pela cidade e à beira-mar, visitei o Castelo-Ovo (sim, o castelo tem esse nome; há várias teorias para explicar o motivo...) No dia seguinte e até eu ir embora, choveu sem parar.
Eu queria ir a Pompéia e ao Vesúvio, mas não dá para ir ao Vesúvio com chuva. Então eu passei o segundo dia caminhando pela cidade, sob a chuva, torcendo para ter mais sorte no dia seguinte. Conheci um brasileiro no albergue que tambem estava torcendo para o sol chegar, pois queria conhecer a Costa Amalfitana.
O albergue em que fiquei em Nápoli era maravilhoso, o melhor até agora. Você se sentia realmente em casa, tinha uma sala comum com televisão e um monte de DVDs, e com a chuva todo mundo ficava sentado lá à noite assistindo filmes e conversando... E os banheiros e chuveiros eram muito bons também! O nome era Hostel of the Sun, caso alguem esteja pensando em ir pra lá...
No terceiro dia fui para Pompéia, com chuva mesmo (que remedio?). O brasileiro do albergue se convidou para ir comigo, ja que ver a Costa Amalfitana com chuva não dá, né? Foi bem legal, e estranho andar pela cidade vendo as casas, ruas, calcadas, e pensar que tudo aquilo tinha dois mil anos... E foi bom ter companhia para esperar o ônibus para voltar na chuva, ele demorou uma hora para chegar!
Ah, tudo o que vocês ouviram sobre o trânsito de Nápole é verdade, e é só o começo! Era a coisa mais louca que eu já vi, carros virando para todos os lados nos cruzamentos, parando em fila dupla (ou tripla), em cima das calçadas, nas curvas... Os pedestres precisam ter um certo impulso suicida para atravessar a rua - sinais de trânsito, quando existem, são só uma sugestão, mas os carros milagrosamente páram quando você se joga na frente deles, você nem aredita!
De Nápoli fui para Brindisi, do outro lado do país, de onde saem os ferries para a Grécia (e de onde saíam os barcos com os cavaleiros cruzados na Idade Média). Em dado momento, vi neve de verdade caindo, cobrindo o chão, as árvores, os carros... A coisa mais linda do mundo! Fiquei torcendo para o trem parar para eu poder, pelo menos, colocar a mão para fora e pegar uns floquinhos, mas ele não parou e logo a neve foi substituída por chuva outra vez.
Bom, em Brindisi não vi muita coisa. O dono do albergue era um senhor muito simpático, que ofereceu cerveja de graça quando eu cheguei, e mais tarde (depois que os outros hóspedes tinham ido dormir) abriu uma garrafa de champanhe para comemorar o aniversário da minha companheira de quarto. Ele também me ofereceu jantar (sanduíche) sem cobrar nada, e me deu carona até o porto no dia seginte, explicou onde comprar a passagem e tudo o mais.
E, assim, eu peguei um ferry rumo à Grécia; 15 horas de viagem pela frente!
(Fim da parte 2)
PS- Não era dessa neve que eu estava falando no post anterior!!!

